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terça-feira, 26 de outubro de 2010

A religiosidade e o estado laico

Durante essa eleição, temos visto os meios de comunicação criticar o fato de que a disputa pela presidência tem sido pautada por assuntos de ordem moral e religiosa em demasia só para arrecadar os votos dos fiéis protestantes e católicos. Isto é visível até para um analfabeto político, já que até então, nenhum dos candidatos ao 2º turno tinha se mostrado um fervoroso praticante de sua fé.

A preocupação quanto ao rumo que os debates estão tomando é perfeitamente compreensível; afinal são muitos assuntos importantes que devem ser abordados: educação, meio ambiente, segurança pública, saúde, economia entre outros. Logo, a retórica dos candidatos não pode ser monotemática. No entanto, a senadora Marina Silva ponderou algo muito importante em uma entrevista ao portal UOL, segundo ela, “A religiosidade do brasileiro é um dado que não se pode negar”. Ela tem razão, com certeza não se pode ignorar a religiosidade dos brasileiros. Há os que vão esbravejar: “O estado é laico!”

Sim, é claro que o estado é laico! Aliás, isto é uma das maiores riquezas do Brasil, pois permite a convivência e a tolerância entre os praticantes de todas as religiões, cada um pode ter a opinião que quiser, não apenas sobre fé, mas sobre qualquer assunto. Qualquer pessoa que estudar um pouco de história saberá que sempre que a igreja e o estado se uniram para governar deu merda (com perdão da palavra). Sendo assim, a separação entre igreja e poder secular é importante para a saúde da nossa democracia e para a saúde da própria igreja, que infelizmente tende a se corromper quando essa união ocorre. Queremos que toda forma de totalitarismo seja ele religioso, ideológico ou partidário fique bem longe da nossa realidade não é mesmo?!

Então devemos esclarecer algumas coisas. Existe uma grande diferença entre um estado laico e um estado ateu. Uma minoria de pensadores, geralmente da esquerda marxista, pretendem implantar um estado totalitário cuja crença oficial é o ateísmo e para isso costumam confundir as pessoas com a história do laicismo. Mas precisamos ter em mente uma coisa, o ateísmo TAMBÉM é uma manifestação religiosa, pois ele reflete uma postura quanto ao conceito de Deus. Os defensores do estado ateu radical odeiam qualquer manifestação religiosa e acreditam que todos os que crêem em algo sobrenatural são cidadãos ignorantes, de segunda classe e até mesmo indignos de ocuparem cargos públicos importantes. Sabem por quê?
Aqui podemos lembrar-nos daquele personagem do livro “Irmãos Karamazóvi” (Dostoiévski) que disse: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Esta afirmação se encontra oculta na base de toda filosofia ateísta que defende a legalização do aborto, a eutanásia, liberação da prostituição, liberação do uso de drogas pesadas, etc. Afinal, se não existe um julgamento vindouro não há porque se preocupar com questões éticas e morais. Isso é um total desrespeito ao povo brasileiro, sabemos que mais de 90% de nossa população acredita em Deus mesmo assim uma pequena e atrevida elite ateísta tenta enfiar sua filosofia goela abaixo com o disfarce de laicismo e ciência (apesar de não conseguirem provar cientificamente que Deus não existe). Podemos inclusive ver claramente a semelhança que o comunismo marxista tem com os governos teocráticos e totalitários como Irã e Arábia Saudita, eles sufocam a liberdade de imprensa, perseguem, prendem e matam opositores políticos e destroem a liberdade religiosa. O que toda essa opressão tem a ver com estado laico? Nada!!! O estado laico foi criado para proteger a liberdade de crença das pessoas, já o estado ateu é tão totalitário quando uma teocracia.

Não sei se, quando Marina Silva falou em religiosidade, estava referindo-se apenas aos cristãos ou se ela se referia à pluralidade de crenças existentes no Brasil. Mas uma coisa podemos afirmar: O BRASIL NÃO É UM PAÍS ATEU! Apesar de todos os pecados da nação, os fundamentos do cristianismo estão profundamente arraigados em nossa sociedade desde a época do descobrimento e, estes princípios morais e éticos precisam ser respeitados.
O Brasil tem uma admirável cultura de tolerância e respeito entre as religiões. Então temos que tomar cuidado para não fomentar o ódio e causar um conflito desnecessário quando tratamos questões mais delicadas. Sempre afirmo que a moderação em tudo é boa. Mas, como grande maioria, os cristãos deste país devem fazer valer seu direito de afirmarem seu ponto de vista em debates, protestos pacíficos e principalmente nas urnas. Por fim, temos que dar muito valor e proteger os direitos que ainda temos. Viva a liberdade de expressão, viva a tolerância religiosa, viva ao verdadeiro estado laico!
Deus abençoe o Brasil!

Ass: O Koiote

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