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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Livro: Contra a Idolatria do Estado (resenha)

Sabemos que, infelizmente, as trevas da ignorância política envolvem grande parte da sociedade brasileira. É duro admitir, mas a verdade é que esse analfabetismo político atinge também os cristãos e as vezes de maneira até mais devastadora; graças a omissão de alguns líderes. Apesar dos ensinamentos bíblicos sobre política serem bastante claros, as confusões e as ideias errôneas ainda imperam. Um melhor esclarecimento sobre o assunto se faz necessário. E é nesse contexto um tanto sombrio que surgiu o livro “Contra a idolatria do Estado”, do teólogo Franklin Ferreira.

Lançado pela editora Vida Nova no início desse ano, essa obra funciona como uma luz bem-vinda em um cenário tão caótico; o livro é endossado inclusive por nomes conhecidos no conservadorismo brasileiro como o filósofo Luiz Felipe Pondé, O pastor e escritor Geremias Couto e a jornalista Rachel Sheherazade entre outros. O livro trata do papel do cristão na política, mas pode ser útil a qualquer um que queira entender melhor a relação entre o Estado e o cidadão e quais são as funções e os limites de cada um. 

O primeiro capítulo traz o contexto histórico do livro de Ester, esclarecendo ao leitor fatos importantes sobre o reinado do famoso rei Xerxes (Sim, o mesmo do filme “300”), marido de rainha Ester e a posição que a rainha tomou, juntamente com seu primo Mardoqueu para salvar o povo judeu do completo extermínio. O livro de Ester é conhecido por não mencionar o nome de Deus nem uma vez. A lição observada por Franklin Ferreira é que o cristão precisa estar preparado para defender suas ideias sem fazer referência direta a sua fé, dentro de um jogo conceitual usando termos da filosofia e do comportamento humano. Isso é útil, já que invariavelmente os inimigos do cristianismo usam a alegação de que “o estado é laico” para atacar nossos valores.

Em seguida, o livro trata da relação do apostolo Paulo com as autoridades governamentais do Império romano, mostrada em Romanos 13. Essa passagem bíblica vem sendo mal interpretada há séculos, sendo usada por muitos cristãos para justificar a omissão diante de governos corruptos, com o argumento de que estariam “se levantando contra autoridade constituída por Deus”. Porém, o autor mostra, através de uma clara explanação, que o papel do Estado não é igualar as pessoas (uma impossibilidade histórica), e sim proteger e recompensar os bons e punir os maus. É no exercício desta função que o Estado e reconhecido como ministro de Deus. Ainda neste mesmo capítulo é feita uma importante distinção entre Igreja e governo/Estado. Sabemos que a mensagem do Evangelho tem implicações em todas as esferas de atuação humana, inclusive na política. No entanto, Igreja e Estado possuem papéis diferentes, estabelecidos por Deus. Como já vimos: A autoridade secular recompensa e pune, a Igreja anuncia a redenção. Um fato interessante: Na época que o apóstolo Paulo escreveu a carta aos romanos, a Igreja era considerada subversiva, não por conta da adoração a Jesus Cristo; mas porque se recusava a prestar a mesma adoração ao Estado na pessoa do imperador divinizado.

A segunda seção do livro, intitulada “questões conceituais” é de extrema importância, porque trata abertamente sobre modelos políticos e esclarece um pouco mais sobre o espectro ideológico dos partidos brasileiros. Muitos não sabem, mas atualmente não existe nenhum partido que represente uma direita orgânica no Brasil (com exceção do Partido Novo, recém-criado). São considerados partidos de extrema esquerda e de esquerda: PCB; PCdoB; PSOL; PSTU e PT. Os partidos de centro-esquerda são: PDT; PPS; PSB; PSDB; PTB; PV e SDD. No centro estão: PMDB; PP e PSD. Os únicos representantes do centro-direita são o DEM e o PSC. (Há controvérsias quanto a este último).

Ferreira explica que a mentalidade esquerdista é binária, ou seja, só consegue enxergar direita e esquerda. Desta forma, um esquerdista tem dificuldades de localizar o libertarianismo, sua variante o anarcocapitalismo ou os regimes militares autoritários dentro do debate ideológico. Aliás, um dos principais objetivos da esquerda é obliterar totalmente a própria direita do espectro político, através da tomada de espaços em diversos setores da sociedade e marginalizando qualquer movimento genuinamente conservador, rotulando-os de “fascista”, “elitista”, “opressor”, etc.  Desta forma o debate político fica restrito a extrema-esquerda, esquerda e ao centro-esquerda. É isso que tem acontecido no Brasil com a polarização PT e PSDB nos últimos anos. O filósofo Olavo de Carvalho chama essa tática de “estratégia das tesouras”, termo popularizado em vários de seus artigos.

Aqui faço uma observação que considero essencial. A tomada de setores da sociedade como a imprensa, as igrejas, as escolas, as universidades, o judiciário, e a própria interferência na cultura por parte da esquerda, faz parte da chamada guerra cultural. O objetivo final é a destruição dos valores conservadores judaico-cristãos arraigados na sociedade, o que levará, sem sombra de dúvidas, a um governo totalitário de cunho ateísta. Por essa razão é tão importante que o verdadeiro cristão não se deixe enganar por promessas populistas. É preciso excluir TODOS os partidos de esquerda de ideias trotskistas/leninistas de nossa lista de opção de votos!

Seguindo a análise... esse mesmo capitulo desmistifica a ideia, muito difundida no Brasil, de que o nazismo foi um regime de direita. As características totalitárias do nacional-socialismo alemão se encaixam claramente dentro do conceito político de socialismo. Vale lembrar o que a história nos mostra: Hitler e Stalin chegaram a acordar um pacto de não-agressão e quase se aliaram antes do início da guerra, mas as aspirações de Hitler levaram os dois regimes totalitários para lados opostos do conflito. Os líderes do partido nacional-socialista-alemão viam-se como os legítimos socialistas, desprezando a aristocracia, o livre-mercado, o capitalismo e a democracia liberal. Chegaram a abolir a liberdade de imprensa, praticando censura e apregoando uma teoria política com suposta fundamentação científica. Como um movimento assim pode ser classificado como “direita”?

Na seção seguinte, o livro aborda o episódio que ficou historicamente conhecido como “Disputa pela igreja” (1933-1937), no qual o nazismo tentou assumir o controle da igreja protestante alemã através de uma reinterpretação da fé cristã, chamada de “cristianismo positivo”. De forma resumida, mas com uma grande riqueza de detalhes, o autor relata o esforço de homens valorosos como Karl Barth e Dietrich Bonhoeffer entre outros para proteger a igreja evangélica alemã das intenções de Adolf Hitler. Uma resistência política e teológica ao mesmo tempo, e que resultou no exílio de Barth e na morte de Bonhoeffer, enforcado por ordem direta de Hitler em 09 de abril de 1945.

O capitulo 6 trata da relação entre Igreja e Estado na perspectiva reformada, não sem antes comparar essa perspectiva com outros dois modelos existentes: A noção dos “dois reinos” e o dispensacionalismo pré-milenista. O primeiro de tradição luterana, o segundo muito popular e amplamente difundido nas igrejas pentecostais e carismáticas no início do século XX até hoje. É em cima deste último modelo que Ferreira faz uma crítica mais enfática, ao avaliar que os adeptos do dispensacionalismo classificam o mundo como “caso perdido”. Uma conclusão injusta e equivocada do autor a meu ver. Embora admita que a má interpretação deste modelo, de fato, levou muitas denominações a se alienarem do universo secular, especialmente da política. Mas, entendo que a tônica na evangelização do mundo não quer dizer necessariamente que o dispensacionalista deva ter uma visão pessimista do futuro.

A quarta parte do livro, intitulada ‘Aplicações Práticas’, começa expondo o trágico cenário brasileiro na área da segurança pública; mostrando como a violência tem aumentado vertiginosamente nos últimos anos. O autor desmascara os argumentos esquerdistas usados para defender os bandidos, normalmente tirando destes a responsabilidade pessoal e colocando a culpa na própria sociedade. Segundo Franklin Ferreira, é importante reverter a ideologização do debate se quisermos obter sucesso no combate a violência, em parte fomentada pelo próprio discurso esquerdista. Também destaca o papel que a Igreja deve desempenhar nesta questão e sugere como guia o conceito de “soberania das esferas”, desenvolvido por Abraham Kuyper. As últimas seções do livro trazem uma agenda (dicas valiosas) para o voto consciente e a declaração teológica de Barmen.

Conclusão.
Este livro pode ser uma ferramenta valiosa, não apenas para os cristãos, mas para qualquer cidadão de bem que queira entender um pouco mais sobre política e como se posicionar de forma consciente. Afinal, todo o cuidado é pouco para não sermos enganados pelo complexo sistema partidário brasileiro. A obra traz muitas notas de rodapé e uma vasta bibliografia que deixará o leitor a vontade para continuar os estudos sobre o tema. Recomendo... Boa leitura!

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Rio aparece com coloração vermelho-sangue na Sibéria

Foto: Reprodução/Internet/Site da Veja-abril
Essa semana alguns internautas russos compartilharam nas redes sociais fotos de um rio no interior da Sibéria que adquiriu a coloração vermelho-sangue. O ministério do meio ambiente e recursos naturais da Rússia declarou na última quarta-feira que abrirá uma investigação para tentar desvendar o mistério, mas acredita que o problema pode ter sido causado por uma ruptura nas tubulações de uma metalúrgica no norte da região.

A Norilsk Nickel, maior produtora de nickel e paládio do mundo, no entanto, negou qualquer vazamento nas instalações de sua usina. "Nossa filial na região (...) não confirmou um vazamento ou derramamento acidental de dejetos industriais que possa ter impactado no estado do rio Doldykan", informou. Mesmo assim a empresa adianta que, por precaução, já mandou desacelerar a produção e garante que está fazendo testes ambientais. A gigante mineradora divulgou fotos com as quais quis provar que “a cor do rio hoje não difere de suas condições normais” (oi?!).

Porém, as postagens na internet sustentam que o rio está com essa coloração desde junho. E de acordo com os habitantes, esta não é a primeira vez que o rio Doldykan fica vermelho. A prefeitura de Norilsk, município com mais de 170.000 habitantes localizado próximo ao círculo polar ártico, informou à imprensa local que o fornecimento de água da cidade não vem atualmente desse rio.

Fontes:

sábado, 3 de setembro de 2016

O mundo invertido de Stranger Things

A série ‘Stranger Things’, lançada pela Netflix em julho, rapidamente arrebanhou uma multidão de fãs ao redor do mundo e especialmente no Brasil. Até eu que não sou entusiasta de ficar assistindo seriados achei esse muito bom. Talvez pelas inúmeras referências ao saudoso estilo de vida dos anos 80, talvez por abordar temas empolgantes como amizade, ficção científica e cultura nerd, o fato é que Stranger Things prende a atenção do espectador do primeiro ao último episódio.

Não é exatamente sobre a série em si que eu quero falar. Já existe uma grande quantidade de vídeos no Youtube sobre o tema, a maioria enaltecendo a atuação impecável dos atores e os elementos “oitentistas”. Seria chover no molhado falar sobre tudo isso de novo. Mas quero comentar um pouco sobre o lugar fictício no qual o pequeno Will foi parar... O tal mundo invertido, habitat do monstro sem rosto.

A teoria dos mundos paralelos é bem conhecida tanto entre cientistas como entre os fãs de ficção científica. A dimensão paralela retratada na série é um lugar sombrio, estranho e habitado por criaturas medonhas, porém visualmente parecido com o nosso mundo no que tange as edificações humanas e florestas. Como se os dois mundos se sobrepusessem. Achei essa ideia muito interessante, pois se assemelha, em partes, ao que nós cristãos costumamos chamar de “mundo espiritual”, uma região invisível aos olhos humanos (exceto para alguns que possuem o dom de visualiza-la) onde anjos e demônios transitam livremente ou com autorização divina. Há aqueles que defendem a tese de que almas humanas também podem transitar nessa região; a chamada “projeção astral” praticada em círculos ocultistas. Curiosamente, o uso de espionagem psíquica (também chamada de visão remota) foi uma experiência real usada contra os russos durante a guerra fria... Como acontece na história com a menina Eleven. 

Particularmente, não creio que os autores e produtores do seriado tentaram fazer alguma referência ao mundo espiritual (que por vezes é chamado de ‘Segundo céu’ ou ‘regiões celestes’). Essa é apenas a impressão que EU tive ao assistir, já que as casas e os locais existentes no mundo invertido são muito semelhantes ao nosso mundo, com a exceção do “clima” tenebroso e das criaturas que lá habitam.

Recentemente, uma nova teoria criada por um estudante de publicidade chamado Abner Pereira (Gravataí - RS), sugere que o mundo invertido é na verdade a cidade de Hawkins NO FUTURO. Segundo essa teoria, o estranho lugar onde Will ficou preso tem um aspecto apocalíptico, cheio de carros abandonados, postes caídos, casas destruídas e esqueletos humanos que parecem estar há muito tempo abandonados por lá, como se esse cenário fosse resultado de alguma catástrofe natural ou provocada pelo ser humano. No entanto, isso ainda não explica a origem do monstro sem rosto. É... Pode ser! 

Esperemos a próxima temporada. Se for tão boa quanto a primeira vai valer a pena assistir.

Quem quiser ler mais sobre essa teoria pode encontrá-la AQUI. 

Fotos: Reprodução.

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