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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Jerusalém e a decisão de Donald Trump

No último dia cinco de dezembro o presidente americano, Donald Trump, cumpriu uma de suas mais explosivas promessas de campanha: Declarou Jerusalém como a capital do Estado de Israel. Sem dúvida uma decisão justa, especialmente quando levamos em conta a ligação histórica que os judeus tem com essa cidade.


Por muito tempo esta cidade foi chamada de ‘Jebus’, por conta dos jebuseus, tribo guerreira cananeia que habitava aquela região. Mas, por volta do ano 1000 A.C o rei Davi conquistou a cidade, rebatizando-a para Jerusalém e fazendo dela a capital do seu reino, por ficar exatamente no meio do território conhecido como “terra prometida”. Seu filho, o rei Salomão, construiu um majestoso templo no monte Moriá, local onde, segundo a Bíblia, Abraão ofereceu seu filho em sacrifício e foi impedido por um anjo. Então, por mais de 600 anos os judeus desenvolveram uma ligação sentimental e espiritual com Jerusalém até que ela caiu nas mãos de Nabucodonosor, rei babilônio que destruiu o país e levou os judeus cativos para a Mesopotâmia. Porém, anos mais tarde os judeus voltaram e restauraram a cidade que havia sido queimada.
 

O povo de Israel ainda permaneceu nela por muitos anos, resistindo a conquista de Alexandre, o grande, e aos reinos helenísticos criados após sua morte. A revolta dos Macabeus manteve Jerusalém nas mãos dos judeus mesmo quando o cruel general Antíoco Epifânio profanou o templo e proibiu a religião judaica. Também conseguiram permanecer na cidade após ela ter caído sob domínio do Império romano em 63 AC. Foi pouco depois desta ocasião que o rei Herodes, o grande, construiu o majestoso segundo templo no lugar do antigo que havia sido destruído. Este templo estava em pleno funcionamento nos dias de Jesus e era o centro cultural e espiritual do judaísmo. Porém, poucos anos depois, uma grande rebelião judaica foi violentamente reprimida pelo Império romano, que enviou o general Tito para conter a revolta. Tito cercou a cidade até que esta caiu em 70 DC. O templo foi destruído e os judeus foram espalhados pelo mundo. Evento que ficou conhecido como “Diáspora”.

Em 135, o imperador Adriano mandou novamente arrasar a cidade após a derradeira revolta de Simão Bar Khoba. Em uma tentativa de desvincular os judeus com a terra de Israel, Adriano muda o nome da região para PALESTINA. Nome que ainda é muito usado hoje em dia. Nos anos seguintes, Jerusalém passou pelas mãos de muitos conquistadores: Árabes, cruzados, O sultão Saladino e os sarracenos, etc.. Finalmente ficou sob domínio do Império Otomano até a Turquia ser derrotada na primeira guerra mundial quando a região passou a ser administrada pelo Reino Unido. Já neste tempo um movimento judaico conhecido como ‘Sionismo’ ensaiava a restauração de um Estado judeu na região.


No final da segunda guerra mundial, o mundo estava chocado com a crueldade do Holocausto provocado por Hitler e pelos nazistas e a necessidade de um país para os judeus passou a ser seriamente considerada pela recém criada ONU. A proposta das Nações Unidas de 1947 previa a criação de um Estado Judeu e de um Estado Palestino na região da antiga Cananeia. Jerusalém ficaria sob controle internacional, aberta para seguidores das três grandes religiões monoteístas: Judeus, cristãos e muçulmanos... A proposta foi rejeitada pelo mundo árabe que queria a posse de TODA a Terra. A despeito disso, os judeus declararam independência em 14 maio de 1948.


Como esperado a declaração provocou guerra. Forças do Egito, Iraque, Líbano, Síria e Transjordânia invadem Israel. Apesar dos escassos recursos os israelenses conseguiram resistir a invasão e expulsar seus inimigos ampliando consideravelmente seu território. Porém não conseguiram conquistar toda a cidade de Jerusalém, que ficou dividida: A metade ocidental com Israel e a parte oriental, onde está o muro das lamentações, ficou com os jordanianos que proibiram o acesso dos judeus ao muro e a toda parte árabe, além de profanarem as sinagogas que estavam do lado oriental. A situação permaneceu assim por 19 anos.

Em meados de 1967 estoura a chamada ‘Guerra dos seis dias’. Exércitos do Egito, Síria e Jordânia, apoiados pelo Iraque, Sudão, Arábia Saudita. Argélia, Kuwait e até Cuba montam uma grande coalizão com o intuito de destruir Israel e “empurrar os judeus para o mar”. Grande parte desta empreitada foi financiada pela antiga União Soviética. Com um perigo tão grande, o governo de Israel não teve outra alternativa senão lançar um arrojado e mortal ataque preventivo.

Logo pela manhã do dia 05 de junho de 1967 a aviação israelense ataca... Em poucas horas TODA a força aérea do Egito é destruída ainda no solo, bem como as pistas de decolagem. Após isso, o exército de Israel avança por terra pelo Sinai massacrando os exércitos egípcios que se dirigiam para suas fronteiras. A Jordânia, que controlava Jerusalém oriental foi avisada para não se meter na guerra. O rei Hussein, enganado pelo presidente egípcio, não deu ouvidos e mandou suas legião atacar o lado ocidental. Era a ocasião que os militares israelenses esperavam para tomar o lado ocidental e abrir o monte do templo novamente aos judeus... Uma violenta batalha se deu pelas ruas da cidade velha, com baixas para ambos os lados, os israelenses expulsam os jordanianos da região e reunificam a cidade dividida por quase duas décadas.


Desde então, Israel considera Jerusalém como a capital do país.
Foto: Ahmad Gharabli/FTP
Essa decisão não era reconhecida por nenhum país. As nações que tem laços diplomáticos com Israel preferem colocar suas embaixadas em Tel-aviv. Agora porém Trump, não apenas cumpre uma promessa de campanha, mas também cumpre uma lei obrigatória de 1995 em que o Congresso americano apela para que a embaixada seja transferida de Tel-aviv para Jerusalém. Uma cláusula desta lei permitia que o presidente adiasse a aplicação por seis meses. Os presidentes anteriores: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama aplicaram a cláusula de forma automática e indefinidamente... Até agora! Ao que parece, Donald Trump é o único com coragem suficiente para aplicar essa lei!

E o que acontecerá agora?

Sinceramente eu não sei. Não associo esta decisão a nenhuma profecia bíblica ou estudo escatológico, pois os EUA sequer fazem parte das chamadas “terras proféticas”. Desde ontem já vemos o Hamas e outros grupos radicais ensaiando um novo levante árabe ou “entifada”, como eles chamam. E enquanto eu terminava de escrever esse artigo (sexta-feira dia 8 de dezembro) as notícias mostravam que realmente os muçulmanos iniciaram um dia de fúria em várias partes do mundo, especialmente nas cidades do Oriente médio. As tensões estão aumentando e o exército de Israel está em alerta máximo. Veremos quais serão os próximos capítulos desta novela milenar!


“Naquele Dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que tentarem movê-la serão gravemente feridos. Todas as nações da terra se reunirão para combatê-la!” (Zacarias 12:3)


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