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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O que aconteceu com a música evangélica?

Há algo de errado com a música evangélica. Que me perdoem os leitores mais sensíveis por ser tão direto, mas essa não é uma afirmação que faço de maneira leviana. Na verdade, a pergunta que serve de título para esse texto já me veio à cabeça diversas vezes: O que aconteceu com a música evangélica? Qualquer pessoa que tenha mais de 20 anos de fé sabe que as coisas mudaram; e não foram para melhor. E - creio eu - é momento de parar e refletir sobre isso.

Primeiramente, parece óbvio que existe uma grave crise de criatividade. Basta compararmos as músicas atuais com as letras das canções que eram entoadas nas igrejas na década de 90 e que embalavam animados retiros e evangelismos. Mesmo tomando todo o cuidado para não generalizar, noto que boa parte das canções “gospel” da atualidade mais parecem mantras repetidos exaustivamente, do que hinos de enlevo espiritual. Guardadas as exceções, a riqueza poética das composições foi deixada de lado e substituída por frases que mais parecem declarações ditas a um namorado ou “ficante” do que ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. 

Como resultado, vemos canções enfadonhas e intermináveis sendo entoadas nas plataformas das igrejas, muitas vezes por ministros de louvor com trejeitos afeminados falando sobre “intimidade” ou sussurrando “como é bom sentar no colo do papai” (what?!). Isso cansa até os irmãos velhos da igreja, imagine os visitantes! E acredite... Por conta dos tons agudos, a chatice se potencializa quando é uma mulher fazendo esse tipo de performance.   

 Alguém pode dizer que estou sendo saudosista (leia-se ficando velho), que apenas sinto falta das músicas da minha infância e juventude, que estou tendo dificuldade de me adaptar a mudança dos tempos, etc. Mas isso não é verdade! Tenho inclusive procurado canções novas para incluir no repertório congregacional e na minha playlist; até encontro algumas, mas é uma tarefa bem trabalhosa. Além disso, se essa crise de criatividade fosse apenas coisa da minha cabeça, não teríamos tantos cantores e cantoras regravando os antigos hinos da Harpa e do Cantor Cristão. Não me entendam mal... Acho essas gravações ótimas e amo os hinos da Harpa, mas essa tendência pode também ser sinal de que não há mais nada novo a oferecer. 

A falta de inspiração não se encontra apenas nas letras das músicas, está também nos arranjos das gravações! Talvez o exemplo mais emblemático seja o Ministério Diante do Trono, que substituiu as majestosas orquestras e corais dos primeiros CD’s por um grupo xoxo que mais parece uma banda de garagem. E não adianta a Ana Paula Valadão dizer que eles continuam iguais porque não continuam não. 

Outra coisa que poucos parecem perceber é que o apelo visual tem sido supervalorizado em detrimento do apelo auditivo. Isso pode parecer normal quando falamos de videoclipes ou shows. Mas vale lembrar que estamos falando de um trabalho relacionado a Deus... E ainda convém que Ele cresça e nós diminuamos. Sendo assim me incomoda o excesso de vaidade que algumas cantoras do mundo gospel têm. 

O que afinal está acontecendo? Estaremos todos nós sendo vítimas do pós-modernismo? Sabemos que a degradação da boa música no meio secular é uma realidade. Mas fico triste quando vejo essa mesma degradação artística e criativa acontecendo dentro da Igreja. Especialmente porque esse fenômeno está ligado ao esfriamento espiritual.

Então... Será que há alguma saída? Antes de qualquer coisa devemos lembrar que a Igreja tem a seu favor algo que o mundo não tem: O poder do Espírito Santo! E isso nos revela o quanto precisamos com urgência de um avivamento. O avivamento traz poder e arrependimento, o avivamento traz alegria e... Inspiração. Muitas das canções que hoje ainda tocamos foram compostas durante períodos de despertamentos da Igreja; músicas que refletiam um momento poderoso e ficaram marcadas para sempre em nossas mentes e corações. Dá pra fazer de novo, mas é preciso querer!

Ainda há muito que falar sobre esse assunto, mas quero parar por aqui, pois já temos material suficiente para uma boa reflexão. Continuarei orando por um despertar espiritual, e para que com ele surjam novas músicas, boas e inspiradas. Porém, enquanto isso não acontece vou ficando com meus louvores antigos e congregacionais e evitando o quanto possível escutar programas musicais em rádios evangélicas. 

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