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terça-feira, 31 de julho de 2018

A dádiva da liberalidade

Entende-se por “pródigo” a pessoa que esbanja irresponsavelmente todo seu dinheiro na satisfação dos próprios prazeres, dissipando a riqueza uma vez adquirida. O outro extremo desta situação é a avareza, ou seja, a particularidade daqueles que são excessivamente apegados ao dinheiro e não se preocupam nenhum pouco com generosidade e caridade.

Aristóteles, no livro lV de sua obra ‘Ética a Nicômaco’, explica que ambas as condições são deficiências que a humanidade possui no que tange a administração de finanças. Porém, o filósofo aponta um meio-termo que deveríamos adotar em relação às riquezas: A dádiva da liberalidade. O liberal é admirado pela sua habilidade em lidar com o dinheiro, tanto em receber como em dar, mas principalmente em dar, já que é notoriamente generoso. Diferente do avarento, o indivíduo com o dom da liberalidade não se apega aos bens, nem ama as riquezas mais do que deve. Pois, como sabemos o amor ao dinheiro abre uma janela para todo tipo de injustiças. Sim, a avareza tem o potencial de nos levar à maldade, mais do que qualquer outro defeito humano e isso é muito sério.

O homem liberal também se difere bastante do pródigo. O primeiro gasta apenas conforme suas posses permitem e somente com pessoas e coisas que realmente são merecedoras de sua caridade; já o pródigo gasta tolamente sem se preocupar com o que é nobre, apenas em satisfazer seus prazeres momentâneos. A consequência disso é sem dúvida o caminho da pobreza que por sua vez o levará a mendicância ou a violência. Isso dificilmente acontecerá com o liberal, pois este se recusa a adquirir qualquer coisa que seja por meios ilícitos e sabe o valor que tem o seu próprio trabalho.

Se refletirmos corretamente veremos que a desalentadora situação da sociedade brasileira está diretamente relacionada aos defeitos mencionados por Aristóteles. Note que países prósperos são geralmente formados por maioria de pessoas honestas e liberais (no sentido de serem generosas ao doarem); ao passo que nas sociedades mais pobres floresce a corrupção e a injustiça, frutos da avareza. Se continuarmos exaltando o chamado “jeitinho brasileiro”, cuja essência para muitos é tirar vantagem em cima de outros, estaremos bem longe do nível de civilidade ideal. Aliás... Como você tem administrado seu dinheiro?

Eliezer Lutero de Souza
Para o Peripatos – Estudos Conservadores

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