
Não vejo o tradicionalismo gaúcho como um obstáculo em si mesmo, a questão não é meramente sociológica. No entanto, as raízes positivistas sob as quais o Estado se assenta influenciam negativamente nossa cultura e acabam por atrapalhar a difusão do evangelho por estas terras. Para quem não sabe, o positivismo é uma corrente filosófica de cunho ateísta que admite apenas o conhecimento científico como única forma de conhecimento verdadeiro, negando qualquer a veracidade de experiências sobrenaturais. Isso explicaria, em parte, a incredulidade e a resistência encontrada pelos evangelistas que proclamam o evangelho por aqui. Mas isso não é tudo...
A maçonaria também está fortemente presente em nossa história, como podemos ver até na simbologia da bandeira gaúcha. Aliás, o evento mais celebrado no Estado é a famosa guerra dos farrapos, conflito do período imperial que visava a separação do Rio Grande do Sul do resto do país. Os principais líderes deste conflito eram proeminentes maçons. Diferente do positivismo, a maçonaria possui um lado místico pouco conhecido da maioria das pessoas e, definitivamente, o “deus” venerado por essa sociedade não é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Então, tragicamente, a história mostra que nosso povo e nossos governantes sempre foram mais abertos às ideias incrédulas do positivismo e também – paradoxalmente – ao misticismo, em detrimento do evangelho. A prova disso é o grande número de casas de feitiçaria de matizes africanas. Dados do IBGE (2012) mostram que o Rio Grande do Sul tem proporcionalmente a maior concentração de adeptos da umbanda e do candomblé de todo o Brasil, superando até a Bahia.

É claro que há exceções à regra... O evangelho também avança em alguns lugares e existem comunidades com um ensinamento consistente e com líderes equilibrados, mas eles são poucos em relação ao resto da nação. De forma que esse avanço é extremamente lento. OBS: A foto em preto e branco mostra meu avô, no início da década de 50, fazendo evangelismo entre os índios do interior do Estado. Um trabalho que, sem dúvidas, rendeu muitos frutos.
O que fazer?
Acredito que a única solução é um quebrantamento verdadeiro. Quando a Igreja se posicionar e parar de perder tempo com questões secundárias; quando a Igreja pedir perdão pelos próprios pecados e se arrepender da negligência e do orgulho; quando a Igreja mobilizar um grande movimento de oração e de reforma, então a realidade aqui no Sul vai começar a mudar. A transformação deve começar em nós mesmos, nas nossas famílias, nas nossas igrejas e por fim essa transformação atingirá toda a sociedade. Isso sim poderemos chamar de avivamento.
Oremos! Para que um dia os céus sobre o Rio Grande sejam abalados!
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