Semana passada começou a circular nas redes sociais um memorando emitido pelo pró-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Prof. Dr. José Fernando Schlosser, solicitando o “envio urgente de informações sobre a presença ou a perspectiva de discentes e/ou docentes israelenses” no programa de pós-graduação da universidade. O documento afirma ainda que essa demanda é uma solicitação da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm), Diretório Central de Estudantes (DCE), e de um certo Comitê Santa Mariense de Solidariedade ao Povo Palestino; porém não divulga qual o motivo deste estranho pedido. No final do texto há uma inscrição onde se lê “Freedom For Palestine... Boycott Israel”. Apesar de colada posteriormente, como afirma o próprio Pró-reitor, a mensagem não altera em nada o sentido do conteúdo divulgado no memorando.
Dita a notícia, vou me
ater a comentar a gravidade do fato em si. O ofício pode não explicar o porquê
destas organizações pedirem informações sobre a presença de israelenses na
universidade, mas não é preciso ser muito inteligente para entender que o
objetivo é boicotar e intimidar judeus e outras pessoas ligadas a Israel. Acredite, isso
não tem muito a ver com solidariedade ao povo palestino (não vemos essa
pretensa “bondade” sendo oferecida a outros povos pelo mundo... alguém deixa de
comprar produtos chineses por solidariedade aos tibetanos?), o ódio a Israel
também tem fortíssimas razões ideológicas. O viés esquerdista das universidades
federais e de seus respectivos DCE’s é bem conhecido; reflexo não apenas do
nosso atual governo, mas de anos de infiltração e doutrinação marxista que
começou ainda na década de 60. Agora, consolidado o poder, vemos o lado mais
tenebroso dessa influência dando frutos.
Israel é um pequeno país,
cercado por todos os lados de inimigos maiores e mais poderosos. Não obstante
as muitas guerras que teve de enfrentar, Israel é uma nação com alto grau de
desenvolvimento, é a única democracia do Oriente Médio e possui tecnologia
avançada em muitas áreas. As descobertas e projetos de seus cientistas são de
grande valor para a humanidade e nossas entidades acadêmicas só tem a ganhar
fazendo parcerias com as empresas israelenses. Porque então a esquerda
brasileira (e mundial) odeia tanto Israel? A resposta é bem simples, esse
pequeno Estado representa tudo o que os marxistas mais odeiam: Liberdade
econômica, liberdade religiosa, liberdade de expressão, democracia,
desenvolvimento econômico através da iniciativa privada, etc... Preferem apoiar
o Hamas, um grupo terrorista que degola e fuzila gente de seu próprio povo em
praça pública. Então, quem são mesmo os obscurantistas?
Só que com isso não se
brinca, esse tipo de ação irresponsável fomenta ódio e desprezo contra um povo
que, a menos de 75 anos atrás, quase foi aniquilado pelo repugnante regime
nazista. No mês passado estive em uma palestra sobre o holocausto na
universidade em que estudo e, na ocasião, três velhinhos judeus, sobreviventes
dos campos de concentração, relataram mais uma vez os horrores da perseguição.
Nenhuma pessoa decente vai querer ver aquele genocídio acontecendo novamente,
mas, em um mundo maluco como este que vivemos, todo cuidado é pouco, é preciso
vigiar. Não adianta estas organizações evocarem a causa palestina como maneira
de se justificarem. O conflito árabe-israelense é milenar e bastante complexo
de se entender. Gente ocidental, que não tem paciência nem disposição para
estudar o problema, não deveria se engajar de forma leviana em nenhuma
militância.
Como costumo demorar para
escrever, é possível que outros capítulos do caso já tenham se desenrolado. Mas
sei que, até o momento, nenhuma das siglas citadas no memorando reconheceu que
errou, apenas tentam justificar o ato com argumentos patéticos e incoerentes. Sei
também que o MEC, em nota, reprovou a atitude da UFSM e afirmou que a lei de
acesso a informação não pode ser utilizada para violar direitos fundamentais do
cidadão, nem deve empregada como instrumento para facultar a discriminação de
qualquer tipo. Levando em conta o histórico recente do MEC, esse posicionamento
já é alguma coisa boa.
Vou continuar
acompanhando o desenrolar dessa história pelo blog do jornalista Políbio Braga, e pela página PLETZ. Mas, espero que as entidades judaicas brasileiras não
descansem até que os envolvidos sejam punidos. Não importa se esse foi um caso de
xenofobia, de racismo, de antissemitismo ou simples preconceito religioso, a
atitude foi discriminatória e precisa ser respondida.
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