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domingo, 31 de maio de 2015

O enigmático manuscrito de Voynich

Na coleção de obras raras da biblioteca de Beinecke, Ray Clements, da universidade de Yale, repousa um misterioso livrinho com cerca de 500 anos, conhecido como manuscrito de Voynich. O manuscrito apareceu em 1912 e teria sido comprado de um colégio jesuíta na Itália por um polaco naturalizado americano chamado Wilfrid M. Voynich. Trata-se de um livro pequeno, cerca de 16 cm de largura, 22 cm de altura e 4 cm de espessura, confeccionado em pele de vitelo, com 122 folhas, totalizando 204 páginas e cerca de 35 mil palavras, a julgar pelos espaços. Mas é o conteúdo do manuscrito que têm quebrado a cabeça de muitos criptógrafos, linguistas, filólogos e outros especialistas.

O livro foi escrito em um idioma totalmente desconhecido e está repleto de ilustrações que vão desde plantas que parecem vir de outro planeta até símbolos supostamente relacionados a astrologia. Outra coisa que chama atenção é uma intrigante sequência de mulheres nuas com cabeças grandes, bochechas coradas e visivelmente grávidas; algumas estão mergulhadas até os joelhos em bizarros vasos interligados cheios de uma substância líquida escura de difícil identificação. Há também desenhos de esferas que lembram os tradicionais cortes de uma célula mostrando o citoplasma que vemos nos livros de biologia da escola e mais mulheres nuas tomando banho em grandes piscinas. O livro foi dividido em cinco seções, a saber: 1) Botânica; 2) Astronomia ou astrologia (não se sabe); 3) Biológica; 4) Farmacológica/medicinal; 5) A quinta seção não aparece imagem nenhuma, apenas os textos codificados e com marcações que parecem indicar alguma espécie de índice de itens. Tudo até agora absolutamente indecifrável. E uma curiosidade: Os caracteres desenhados lembram bastante a escrita élfica dos contos do escritor inglês J.R.R Tolkien, autor do livro “Senhor dos Anéis”.

Mulheres em uma piscina regada
por um dispositivo desconhecido.
Existem várias teorias que tentam explicar o que seria o tal manuscrito e quem seria seu autor. Alguns dizem que se trata de um livro de medicina, com uma série de receitas de ervas e banhos medicinais. Neste caso, ainda teria que ser explicado o porquê de o livro estar codificado. Estariam essas páginas escondendo alguma informação valiosíssima que precisou ser criptografada para não cair em mãos erradas? Seria um tratado de temas esotéricos escondido para escapar da inquisição? Já levantaram a ideia até de uma suposta linguagem alienígena... Uma das teorias mais aceitas, no entanto, é que se trata de uma mera fraude e os falsários seriam o astrólogo Edward Kelley e o filósofo John Dee para enganar Rodolpho II, imperador do Sacro Império Romano, já que livros raros e “misteriosos” eram (e ainda são) muito valiosos em termos financeiros. A ideia da fraude também ganhou força porque nem mesmo os maiores decifradores britânicos, nem os especialistas da marinha americana, responsáveis por decifrar TODOS os casos apresentados até então, conseguiram revelar o conteúdo do livro. Também pesa a favor da falsificação o fato de Wilfrid M. Voynich ser a única fonte original de informações sobre a real origem do manuscrito.

Apesar disso, a teoria da fraude não é definitiva, pois a datação por carbono 14 afirmou com 95% de certeza a data do manuscrito entre 1404 e 1438, ou seja, ele realmente é um documento muito antigo. Os testes realizados na tinta usada também dataram da mesma época. Isso quer dizer que, mesmo que seja um embuste, ele não foi forjado pelo próprio Voynich. Muitos pesquisadores continuam a tentar decifrar o misterioso código. Para quem quiser se dar o trabalho de tentar, o manuscrito está disponível para consulta na internet, em formato PDF através desde LINK. Boa sorte aos pretensos detetives e criptógrafos!


O código Voynich já foi mencionado inclusive na literatura algumas vezes, como no romance de terror ‘Codex’ de Roberto Salvidio (2008); no romance ‘O manuscrito de Deus’ de Michael Cordy, onde nele se revela um mapa com instruções para encontrar o jardim do Éden; no livro ‘A história errada’ de Erich Von Daniken, autor da célebre obra ‘Eram os deuses astronautas? ’ E mais recentemente no livro ‘O símbolo perdido’ de Dan Brown. Para quem curte, vale a pena dar uma pesquisada.

Documentário do History Channel sobre o Manuscrito Voynich:


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