Sabemos
que um número incontável de rochas grandes e pequenas viajam pela imensidão do
nosso sistema solar. Porém, o asteroide descoberto no dia 19 de outubro,
batizado de Oumuama (em dialeto havaiano: "o mensageiro de longe que chega
primeiro"), chamou a atenção dos astrônomos devido a algumas
características muito peculiares.
A
primeira, como podemos ver na concepção artística da foto, é seu incomum
formato de charuto com extremidades pontiagudas. Segundo as observações feitas
até agora pela equipe do telescópio Pan-STARRS1, da Universidade do Havaí, O
objeto tem cerca de 400 metros de comprimento e apenas 40 metros de largura;
apresenta rotação rápida (girando como se fosse uma broca); é avermelhado e
possui drásticas mudanças de brilho, o que inclusive contribuiu para sua descoberta.
Os cientistas também acreditam que ele seja denso, rochoso ou metálico, mas não
possua gelo ou agua.
A
segunda característica que chamou a atenção dos pesquisadores é que esse objeto
misterioso, provavelmente não pertence ao nosso sistema solar. Os observatórios
mostram que o asteroide parece ter vindo da estrela Vega, na constelação de Lyra, ou seja, diretamente acima do plano elíptico onde os planetas e outros asteroides
orbitam à volta do sol. Viajando a uma velocidade 87,3 quilômetros por segundo
(!), o Oumuamua passou por dentro da órbita de mercúrio e logo foi “catapultado”
pela intensa gravidade solar, fazendo uma brusca curva “por baixo” do sistema
solar.
Thomas
Zurbuchen, administrador associado do diretório de missão científica da Nasa,
disse: "Por décadas nós elaboramos teorias de que esses objetos
interestelares existem, e agora - pela primeira vez - temos uma evidência
concreta de que eles são reais”. É possível que o asteroide de forma alongada tenha se
formado ao redor de uma estrela, contudo, os cientistas acreditam que ele já esteja
vagando pela Via láctea há milhões de anos, pulando de um sistema solar para
outro.
Apesar
da euforia dos astrônomos, eles se apressam para estudar o objeto enquanto
ainda podem. Pois, pela velocidade com que está se deslocando, o estranho
visitante do espaço exterior estará fora do alcance dos telescópios terrestres
em poucas semanas.... Pela trajetória que está seguindo, é possível que em janeiro,
ele atravesse a órbita de Saturno e siga em direção a constelação de Pégasus,
sumindo novamente na imensidão do espaço sideral onde continuará vagando pela
eternidade.
(Fotos: NASA/JPL - Caltech/IAU)
Para
complementar, assistam os vídeos abaixo. Estão em português....
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