Lembro que quando eu era criança gostava de escutar o testemunho da conversão de João Batista Rodrigues cujo apelido era Testinha. Era um disco de vinil com o desenho da sombra de uma cruz projetada na janela de uma cela de cadeia. Contava a história de como Testinha, que ficou órfão ainda muito cedo, foi maltratado por sua família adotiva e espancado pelo dono da casa. Logo após uma terrível surra, ele fugiu para o Rio de Janeiro onde, incentivado por um rapaz, entrou para o mundo do crime e aterrorizou a sociedade carioca por muitos anos até que um dia aceitou Jesus Cristo como seu Salvador durante um culto dentro da penitenciária. Glória a Deus!
O que sempre me chamou atenção no relato foi sua estada no Instituto Correcional da Ilha Anchieta onde foi brutalmente torturado, tendo unhas arrancadas em carne-viva com alicate, agulhas de bambu enfiadas no vão das unhas, foi amarrado de cabeça para baixo numa árvore e queimado com maçarico, entre outras coisas; até finalmente conseguir fugir da ilha Anchieta (também chamada pelos presos de ilha do Diabo) em uma canoa com outros companheiros após uma sangrenta rebelião.
Por curiosidade, dias atrás mais sobre a tal ilha e descobri que este rebelião se deu no ano de 1952 e foi liderada e articulada pelo detento Álvaro da Conceição Carvalho Farto, o famoso ‘Portuga’, um sujeito muito inteligente e formado em engenharia. Ele influenciou os presos a serem cordiais e comportados e desta forma, se aproximaram dos policiais e do resto da população da ilha num clima de paz e confiança até colocar seu plano em execução no dia 20 de junho de 1952, o que gerou uma sangrenta batalha entre os policiais e os detentos que desejam se apoderar das armas do quartel que ficava no morro do papagaio e fugir na lancha “Ubatubinha” que trazia mantimentos para a ilha uma vez por mês. Foi um massacre!
Mas um dos soldados conseguiu fugir nadando até o continente alertou as autoridades. Varias guarnições foram deslocadas para o local e assim a rebelião foi contida.
O grande líder Portuga tinha problemas cardíacos e não conseguiu fugir, foi encontrado morto sob a sombra de uma árvore dias depois na mata. Foram recapturados 129 presos; outros como Testinha possivelmente conseguiram fugir da ilha em canoas, mas devido a imperícia, alguns caíram no mar e viraram comida dos tubarões. Dizem que foi a maior revolta na história dos presídios de todo o mundo. Após esse incidente o presídio foi desativado para sempre.
Hoje em dia a ilha se transformou em um parque estadual e tem sua fauna, flora e história protegidas. É possível visitá-la atualmente para fazer trilhas ecológicas e culturais e ver as ruínas do antigo presídio onde aconteceram importantes fatos da historia do país. Outra coisa que eu não sabia, é que esta ilha já era conhecida dos portugueses desde 1550 e era originalmente habitada pelos índios tamoios e tupinambás (sim, aquela tribo canibal que existia no litoral paulista) no inicio do século XX ela era conhecida como ilha dos porcos e lá funcionava uma colônia penal. Passou a ser chamada de Ilha Anchieta só em 1934 em homenagem ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.
Para saber mais:
http://www.litoralnorte.com.br/ilhaanchieta/historia.htm
http://www.agoravale.com.br/ilha/?materia=11
Escute o testemunho do Testinha!
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Por curiosidade, dias atrás mais sobre a tal ilha e descobri que este rebelião se deu no ano de 1952 e foi liderada e articulada pelo detento Álvaro da Conceição Carvalho Farto, o famoso ‘Portuga’, um sujeito muito inteligente e formado em engenharia. Ele influenciou os presos a serem cordiais e comportados e desta forma, se aproximaram dos policiais e do resto da população da ilha num clima de paz e confiança até colocar seu plano em execução no dia 20 de junho de 1952, o que gerou uma sangrenta batalha entre os policiais e os detentos que desejam se apoderar das armas do quartel que ficava no morro do papagaio e fugir na lancha “Ubatubinha” que trazia mantimentos para a ilha uma vez por mês. Foi um massacre!
Mas um dos soldados conseguiu fugir nadando até o continente alertou as autoridades. Varias guarnições foram deslocadas para o local e assim a rebelião foi contida.
O grande líder Portuga tinha problemas cardíacos e não conseguiu fugir, foi encontrado morto sob a sombra de uma árvore dias depois na mata. Foram recapturados 129 presos; outros como Testinha possivelmente conseguiram fugir da ilha em canoas, mas devido a imperícia, alguns caíram no mar e viraram comida dos tubarões. Dizem que foi a maior revolta na história dos presídios de todo o mundo. Após esse incidente o presídio foi desativado para sempre.
Hoje em dia a ilha se transformou em um parque estadual e tem sua fauna, flora e história protegidas. É possível visitá-la atualmente para fazer trilhas ecológicas e culturais e ver as ruínas do antigo presídio onde aconteceram importantes fatos da historia do país. Outra coisa que eu não sabia, é que esta ilha já era conhecida dos portugueses desde 1550 e era originalmente habitada pelos índios tamoios e tupinambás (sim, aquela tribo canibal que existia no litoral paulista) no inicio do século XX ela era conhecida como ilha dos porcos e lá funcionava uma colônia penal. Passou a ser chamada de Ilha Anchieta só em 1934 em homenagem ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.
Para saber mais:
http://www.litoralnorte.com.br/ilhaanchieta/historia.htm
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