Já estamos quase na
metade da “tão esperada” Copa do mundo de futebol no Brasil. Antes de tecer
minha crítica a esse evento, gostaria de dizer que durante toda a minha
infância e adolescência eu fui apaixonado por Copas do mundo. Achava fascinante
ver povos e culturas diferentes se unindo em torno de um esporte. Por alguns
dias parecia que as guerras e conflitos no mundo eram esquecidos. Na verdade
ainda gosto de sentar com uma bacia de pipocas e uma cerveja pra assistir jogos
de copa do mundo.
No entanto, vivemos em
um momento peculiar da história de nosso país. A corrupção, a violência e a opressão
chegaram a níveis tão altos que, mesmo a população brasileira acostumada a
deixar tudo de lado por uma boa partida de futebol, está de saco cheio com toda
essa movimentação em torno do mundial. E não é para menos, os gastos
astronômicos em torno do evento em questão em detrimento aos investimentos em
saúde, educação e segurança deixaram o povo desgostoso. Alguns estádios como o
de Manaus e o Mané Garrincha em Brasília foram construídos em cidades que sequer
tem times ou campeonatos de expressão que possam aproveitá-los depois. Ou seja,
um brutal desperdício. E não obstante a insistência dos organizadores em dizer
que isso é um “investimento”, sabemos muito bem que estamos perdendo com essa
farra de dinheiro público e quem está lucrando com praticamente tudo é a FIFA. Sem
falar que, graças a habitual burocracia e incompetência do governo, uma parte
considerável das obras de infraestrutura nem sequer foram concluídas a tempo.
Muitas nem serão concluídas. Enquanto o campeonato corre, nosso governo mostra
cada vez mais seu viés autoritário e articula formas de suprimir ainda mais
nossas liberdades.
E por falar em regras
autoritárias, a FIFA é campeã nisso. Quem leu o manual do torcedor da Copa 2014
sabe do que estou falando, a lista de proibições é absurda e abrange vuvuzelas,
bandeiras grandes, tablets, comidas ou bebidas trazidas de casa, instrumentos
musicais de qualquer tipo, etc. Além disso, quem estiver dentro dos estádios
não pode tirar fotos ou comentar o jogo nas redes sociais.
E não fica por aí! Essa
instituição é tão arrogante e audaciosa que conseguiu fazer com que o congresso
revogasse uma lei nacional que proíbe a venda de bebidas alcoólicas dentro de
estádios, porque a cerveja Budweiser é uma das patrocinadoras da FIFA. Agora
pode vender cerveja nos jogos da Copa, desde que seja Budweiser é claro...
Mas quem melhor
explicou (de maneira bem humorada) o que o governo e a FIFA estão fazendo com o
Brasil foi John Oliver, apresentador do programa “Last Week Tonight”, da HBO
norte-americana. Vou postar abaixo o link do vídeo que se espalhou como viral
pela internet e que dispensa outros comentários.
Vale a pena assistir!
Ainda em tempo, não
poderia deixar de comentar sobre as ruidosas vaias e xingamentos que nossa
presidente recebeu na abertura do Mundial. Além de ser uma grande demonstração
de civismo, serviu para refletir bem o quanto os brasileiros estão
insatisfeitos com a situação do país. Pra quem não viu ou ouvir veja o vídeo
abaixo...