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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Livro: Sangue na areia (resenha)

Confesso que, apesar de gostar muito de escatologia, relutei alguns meses antes de pegar esse livro para ler por pura desconfiança do autor... Benny Hinn. O tele-evangelista israelense, radicado nos Estados Unidos, famoso pela divulgação de algumas práticas um tanto “exóticas” no meio evangélico. Mas, finalmente meu interesse pelo tema venceu o preconceito e iniciei a leitura de “Sangue na areia”. Posso dizer que me surpreendi positivamente! Não tem nenhuma heresia, nem erro teológico grave nessa obra e isso é tranquilizante. 

Mesmo não sendo um estudo complexo sobre o fim dos tempos, a linguagem simplificada e objetiva da obra ajuda bastante na compreensão do leitor menos familiarizado com assuntos ligados ao Oriente Médio e profecias bíblicas. Na verdade, o livro aborda muito mais as questões históricas que explicam as raízes do conflito árabe-israelense do que interpretações de profecias futuras (apesar de estas aparecerem também).

Benny Hinn nasceu na cidade de Jafa, em Israel, poucos anos após a criação do moderno Estado judeu (fundado em 1948); posteriormente essa localidade foi engolida pela expansão urbana de Tel-aviv e mudou o nome para Yafo. Hinn não é judeu, mas por ter nascido nesta região conhece bem os complexos problemas que geram tensão entre árabes e judeus e que despontaram em várias guerras no século XX. Inclusive, foi depois da ‘guerra dos seis dias’ em 1967, que seu pai decidiu migrar para o Canadá com toda a família. 

O livro mostra que os árabes afirmam serem descendentes de Abraão, através de seu filho Ismael. Com o tempo, os descendentes de Ismael se dividiram em numerosas tribos e povoaram a região da Arábia e parte do que hoje é o leste da Jordânia, muitos deles se tornaram prósperos mercadores e construíram cidades importantes. A narrativa esclarece que essas tribos árabes eram politeístas, ou seja, adoravam diversos deuses diferentes, porém, tudo mudou com o advento do islamismo por volta do ano 610 d.c. A religião, iniciada por Maomé, conseguiu unir as tribos do deserto e rapidamente se expandiu pelo oriente conquistando diversos países.

Nos capítulos seguintes, são descritos os conflitos mais modernos entre os dois povos, desde o crescimento do movimento sionista que culminou com a criação do Estado de Israel até a criação da OLP (Organização para a libertação da palestina), passando pelo acordo de Camp David e pela guerra do Yom Kippur. Esses relatos históricos ocupam mais da metade do livro e aqui encontro um ponto negativo... Benny Hinn parece ser meio pretensioso quando descreve a relação dele com líderes mundiais e autoridades do Oriente Médio, como o falecido rei Hussein da Jordânia e o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu. No entanto, não é nada que comprometa a obra.

Um dos trechos mais interessantes, na minha opinião, é o comentário sobre a parábola da figueira (Mateus 24:32), árvore que até hoje é um dos símbolos da nação de Israel. Segundo a interpretação dispensacionalista mais comum, a expressão “não passará esta geração sem que tudo isso aconteça”, mostra, sem revelar dias e horas, exatamente a época da volta de Cristo. Tendo em mente que uma geração bíblica dura cerca de 100 anos, é preciso identificar quando os brotos da figueira (Israel) começaram a crescer. Seria uma referência ao ano da restauração do Estado israelense em 1948? Não podemos afirmar, mas se essa interpretação estiver correta, podemos esperar muitas coisas interessantes acontecendo no planeta Terra nos próximos 30 anos. Coisas como... O arrebatamento da Igreja, a invasão de Israel pelos lados do norte, a derrota dos inimigos de Israel, a ascensão do anticristo, a reconstrução do novo templo, etc. Porém, se esta interpretação estiver errada será abandonada até 2048.

Por fim, gostei muito da forma como o livro termina, com um apelo evangelístico ao leitor, convidando para o arrependimento todos aqueles que nunca tomaram uma decisão de seguir a Jesus Cristo. Termino dizendo que essa é uma boa leitura para leigos em escatologia bíblica, pois conhecer a história dessa região ajuda muito para uma boa interpretação dos textos proféticos.

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