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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Caça esportiva: Reflexo da estupidez humana


No início do mês de julho, o famoso leão Cecil, um símbolo africano e morador do parque nacional de Hwange no Zimbábue, foi morto por um dentista americano que teria pago a quantia de 60 mil dólares (cerca de R$ 200.000) pelo “direito” de fazer o safári e abater o felino. Esse fato veio a público essa semana e gerou grande comoção no Zimbábue e em outras partes do mundo. 
Diversas organizações de defesa dos animais lamentaram o ocorrido, não apenas porque o leão era uma estrela do parque e atraia muitos turistas, mas também pela forma como foi morto: Uma flechada deixou-o agonizando por 40 horas até que foi encontrado pelos caçadores e abatido com um tiro. Em seguida, Cecil foi decapitado e teve a pele arrancada, sua carcaça foi deixada para apodrecer na savana.
Mas, como era de se esperar, não faltou gente se manifestando a favor da covarde e estúpida atividade denominada como “caça esportiva”, e os argumentos são os mais ridículos possíveis. Alguns defensores do atirador ricaço afirmam que o ser humano vale muito mais do que qualquer animal e acham que a mídia está fazendo muito barulho em cima do caso. Como se uma coisa anulasse a outra.

É óbvio que o valor de um ser humano é incalculável e exatamente por isso, não podemos fechar os olhos para o massacre de milhares de cristãos no oriente médio e na África por causa de sua fé, nem esquecer os milhões de bebês mortos em clínicas de aborto ao redor do mundo (sugiro que deem uma lida sobre o tal "Planned Parenthood"). Não podemos ficar indiferentes às populações pobres que morrem de FOME na Ásia e na África. Mas isso não quer dizer que dá para ignorar a perversidade com que foi morto o coitado do Cecil. Aliás, quem defende o bem-estar humano deveria é estar indignado com o valor absurdo que o americano pagou pelo “prazer” de abater o leão. Essa quantia ajudaria a melhorar a vida de muitas comunidades pobres no próprio Zimbábue, não é? Há também aqueles que lançam mão de um argumento pseudo-religioso: “O homem é a coroa da criação divina e Deus nos deu a terra para que a dominássemos...” Esse pessoal tem um sério problema com hermenêutica, pois a palavra “domine” não significa matar e poluir irresponsavelmente. Um erro grave de interpretação.

Olha, quem costuma acompanhar minhas postagens aqui no blog ou nas redes sociais, sabe que eu sou um convicto defensor do direito ao porte de armas para os cidadãos de bem. Armas são importantes ferramentas de defesa, tanto para agressores humanos como para conter um ataque de um animal selvagem. São também essenciais para quem depende da caça para sobreviver, pois há pessoas que vivem longe dos grandes centros urbanos, em regiões tão inóspitas e geladas que o abate de um alce ou mesmo um urso para servir de alimento é questão de vida ou morte. Quem já assistiu séries como ‘Homens da montanha’ sabe bem do que estou falando. Porém NADA justifica a prática da caça esportiva; nada que não seja apenas sadismo (matar criaturas livres por puro prazer) e vaidade. Por incrível que pareça, tem homens que fazem isso numa tentativa patética de afirmar sua masculinidade. 

Agora o infeliz dentista se diz arrependido. Em suas lamurias diz que achava estar fazendo um procedimento “legal” e entrou em pânico quando viu a coleira com o localizador no leão. Aprendam uma coisa amigos leitores: nem tudo o que é “legal” é necessariamente moral. E definitivamente esse tipo de passatempo é extremamente imoral. Especialmente em nosso tempo, onde o ser humano tem devastado florestas, sujado os oceanos, envenenado mananciais e tudo isso em nome do dinheiro.

Seria muito legal se um dia a humanidade evoluísse a tal ponto que questões como essa não fossem nem mais discutidas. Mas, infelizmente parece que, a despeito do avanço tecnológico, caminhamos em direção ao caos e não a iluminação do entendimento. Então, continuarei defendendo o que é certo. Vou continuar contra o desarmamento civil; vou continuar chorando e protestando contra massacres de cristãos; permanecerei contrário a prática do aborto e nessa lista entra também o meu repúdio à caça esportiva. Há muitas causas boas para defendermos e mesmo que algumas sejam mais importantes e urgentes que outras, repito: Uma luta não anula a outra!
Por enquanto é isso pessoal, um abraço a todos.
                                                                                                                                             
                                                                                                                                    O Koiote


1 comentários:

Lobo Sagrado disse...

Você falou tudo o que eu penso. Quem disse que preciso escolher entre defender humanos ou animais? Por que tem gente que se incomoda tanto os grupos que defendem animais de exploração e abusos?

Esses babacas usam argumentos falaciosos como "Se dermos direitos aos animais, até matar baratas será crime", como se não existisse a "legítima defesa", o que significa que matar para se defender jamais será crime. Existe uma grande diferença entre atirar num leão que entra na minha frente e ameaça me atacar e eu viajar trocentos km para ir lá reserva onde ele vive e meter-lhe uma flechada no pescoço.

Por conta dessa gente ignorante, que acha que o Homem é a criatura suprema da Terra, e que por isso nos dá o direito de cometer qualquer atrocidade contras as outras espécies, que rompi muitas amizades e saí de muitos grupos de discussão. Essa gente entrou numa paranoia. Até os animais estão sendo tratados por "minorias", como se eles pudessem de algum modo se aproveitar dos supostos privilégios que "reivindicam". Essa gente tá enlouquecendo.

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