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quarta-feira, 15 de abril de 2015

O flautista de Hamelin

A história do flautista de Hamelin é popularmente bem conhecida e muito, muito antiga. Normalmente contada como um simples conto de fadas, adaptação de uma obra dos irmãos Grimm, essa história bizarra está cercada de tantos mistérios que já não se sabe mais o que foi fato e o que é mito.

Conta-se que o estranho episódio aconteceu na idade média em 26 de junho de 1284. A pequena cidade de Hamelin estava sofrendo com uma terrível infestação de ratos. Os animais invadiam celeiros e casas, destruíam mantimentos, e por mais que a população da cidade os combatesse, os ratos estavam se alastrando.

Foi então que apareceu na cidade um forasteiro de roupas coloridas se propondo a acabar com a praga por certa quantia de dinheiro (alguns dizem que era uma moeda de ouro por cada cabeça de rato), os governantes locais aceitaram a proposta. O homem pegou então uma flauta e passou a tocar uma melodia hipnótica que atraiu todos os ratos da cidade até o rio Weser onde se afogaram. Ao final do dia o misterioso flautista volta para reclamar seu pagamento, mas, por malandragem dos governantes ou por falta de dinheiro mesmo, acaba não recebendo o valor combinado e vai embora irritado.

Semanas mais tarde o flautista volta (em um domingo de manhã) e enquanto todos estão na igreja, toca novamente sua música hipnótica traindo desta vez todas as crianças do lugarejo. Cerca de 130 crianças o seguiram enfeitiçadas para fora da cidade e entraram na floresta onde nunca mais foram vistas. Somente três crianças permaneceram, uma cega, uma surda e uma aleijada pois suas deficiências as impediram de segui-lo. Segundo a versão original do conto, o flautista levou as crianças até o mesmo rio onde levou os ratos e também as afogou.

Mas, o que há de verdade e o que a de mito nesta antiga história?

Sabe-se pelo menos que a cidade realmente existe e cresceu ao redor de um mosteiro fundado em 851 DC. É uma bonita cidadezinha alemã muito procurada hoje por turistas, andarilhos e ciclistas. Na idade média, Hamelin era fortificada por muralhas e torres. Em 1888 Napoleão Bonaparte destruiu a cidade, deixando de pé apenas duas torres (Haspelmathturm e a Pulverturm) que permanecem até os dias de hoje.

Muitas pessoas acreditam que a história foi inventada pelos irmãos Grimm, mas o fato já era conhecido muito antes dos Grimm começarem a escrever e publicar seus famosos contos e fábulas. Há várias referências na cidade fazendo alusão a tragédia medieval. O museu local exibe com orgulho os sapatinhos de couro que teriam sido das crianças desaparecidas; A Casa "The Pied Piper" tem uma inscrição no alto do lado direito da casa que diz:

“AD 1284 – no dia 26 de junho – dia de São João e São Paulo 130 crianças – nascidas em Hamelin foram levados para fora da cidade por um flautista vestindo roupas multicores. Após passar pelo Calvário, perto da Koppenberg eles desapareceram para sempre.”

A primeira menção da história apareceu num vitral colocado na Igreja de Hamelin em 1300 e referências a este vitral aparecem em obras dos séculos XIV e XVII. Infelizmente a igreja foi destruída em um incêndio em 1660, mas graças as descrições dos sobreviventes o historiador Hans Dobbertin reconstruiu a janela com um vitral semelhante. A primeira janela é considerada por muitos como uma lembrança real de um acontecimento trágico para a cidade. Um antigo registro histórico, de 1384, das crônicas da cidade diz:
“Faz 100 anos desde que nossos filhos nos deixaram”.

Teorias...
Mais recentemente foi levantada a teoria de que o estranho flautista seria um extraterrestre e isso explicaria suas roupas coloridas, incomuns para a época e o lugar; também explicaria o instrumento que ele usava e que pode ter sido confundido com um flauta. Logo, a história do sequestro das crianças seria um antigo caso de abdução que ganhou contornos de contos de fadas, pois sabe-se que os ratos só foram adicionados ao relato em uma versão de 1559. Outros dizem que a figura do flautista é apenas uma metáfora das inúmeras doenças (como a peste) que assolavam as aldeias medievais. Há também quem afirme que o estranho poderia ser um serial killer ou um pedófilo, o que dá mais margens para perguntas do que respostas.


Outra teoria, mais provável, é que os habitantes da cidade simplesmente venderam as crianças e depois inventaram a história do flautista para cobrir essa verdade incômoda. Os defensores desta teoria dizem que a prática não era tão incomum para a época, filhos ilegítimos, órfãos e outras crianças consideradas indesejáveis poderiam ser usadas para povoar novamente uma cidade que sofreu com a guerra, por exemplo.



Mas quem sequestrou as crianças? Quem era esse flautista? A verdade é que essa história está de tal modo afastada de nós pelo tempo que é provável que jamais saberemos.


Fontes e referências:
Blog Alemanhã por que não; Wikipédia; Mundo Gump e Contos dos irmãos Grimm  

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