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sábado, 6 de outubro de 2012

Em Jerusalém, cristãos marcham em apoio a Israel


JERUSALÉM, Israel — Agitando bandeiras israelenses de cores azul e branco, milhares de evangélicos do mundo inteiro encheram as ruas de Jerusalém na quinta-feira para mostrar apoio ao Estado de Israel. A marcha anual durante o feriado judaico da Festa dos Tabernáculos reúne cristãos de dezenas de países. Os evangélicos são conhecidos como fortes apoiadores de Israel, fornecendo ajuda financeira e apoio político, principalmente nos EUA. Mesmo assim, alguns progressistas israelenses e judeus em outros países se sentem incomodados e suspeitam das motivações religiosas dos cristãos. “Esta sim é a verdadeira Nações Unidas”, disse Sheila Hakes, 41, do Alabama. “Os israelenses são nossos irmãos e irmãs. Por isso, precisamos protegê-los do Irã e do mal”, uma referência ao suspeito programa nuclear do Irã, acrescentando: “Jesus voltará neste lugar”. 

O apoio evangélico a Israel tem suas origens no sionismo cristão, que quer a volta dos exilados judeus à Terra Santa para cumprir as profecias da Bíblia. Durante as décadas passadas, líderes evangélicos importantes fizeram pressões políticas para que o governo dos EUA desse maior apoio a Israel. A marcha de quinta-feira foi organizada pela Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém, uma organização que promove laços entre Israel e as comunidades cristãs do mundo. A organização também patrocinou uma conferência nesta semana que atraiu mais de 5 mil pessoas de aproximadamente 90 países, inclusive 25 parlamentares de várias nações. Outra organização proeminente, a Comunhão Internacional de Cristãos e Judeus, disse que levanta mais de 110 milhões de dólares por ano para obras de caridade em Israel. Essa relação forte poderá ser importante num ano eleitoral dos EUA. Os evangélicos compõem uma importante massa de eleitores, e alguns votam com base na posição do candidato para com Israel. O voto evangélico pró-Israel provavelmente ajudará o candidato republicano Mitt Romney, que frequentemente critica a política externa de Obama, dizendo que o presidente “tem sacrificado Israel para atender aos seus interesses políticos”. 

Um dos participantes da conferência foi o deputado federal americano Trent Franks, um republicano do Arizona, que criticou a política de Obama para o Oriente Médio. O presidente americano vem tendo um relacionamento gelado com o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu, discordando de várias questões importantes como assentamentos judaicos na Margem Ocidental e como confrontar o programa nuclear do Irã. “Parte-me o coração ver o presidente dos Estados Unidos reservar mais críticas a Israel por construir lares em sua capital, Jerusalém, do que criticar o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad por construir armas nucleares com as quais ameaçar a paz e segurança do mundo livre inteiro”, disse Franks. 

Entretanto, o relacionamento entre evangélicos e Israel tem suas rusgas. Muitos israelenses se preocupam com o que suspeitam ser a fonte do apoio irrestrito dos evangélicos a Israel. Uri Lupolianski, um judeu ultra-ortodoxo que foi prefeito de Jerusalém, recusava aceitar recursos financeiros de evangélicos por medo de que eles se aproveitassem para evangelizar. Seu sucessor, o atual prefeito Nir Barkat, revogou essa política, mas o ceticismo ainda persiste. Os israelenses esquerdistas também não se sentem bem com o apoio evangélico a Israel, pois os evangélicos apoiam os israelenses nacionalistas de linha dura que se opõem a entregar o controle de qualquer parte da Margem Ocidental. As relações de Israel com os cristãos têm também sido prejudicadas por uma série de recentes ataques de vandalismo, inclusive nesta semana, em que pichações anticristãs foram pintadas em igrejas e monastérios. Israel tem cerca de 155.000 cidadãos cristãos, menos de 2 por cento de sua população de 7,9 milhões, mas frequente vandalismo contra seus locais sagrados tem chocado o pais e recebido a condenação oficial das autoridades israelenses. Os suspeitos são os colonos judeus extremistas, que estão revoltados com as políticas do governo israelense a favor dos palestinos. 

Falando com os jornalistas, o ministro de governo Yuli Edelstein disse que o vandalismo é obra de uma minoria de lunáticos e agradeceu aos participantes da conferência por apoiarem Israel. Ele disse que a conferência “amaina o sentimento em Israel de que o mundo está contra nós”. Leia Vaks, uma israelense de 28 anos que entregava lanches na marcha, disse que ficou feliz com o grande comparecimento. “Isso mostra para o mundo que Israel não está só”, disse ela, sorrindo. 

FONTE E ADAPTAÇÃO: Blog do Júlio Severo
ORIGINAL EM: Christians march in Jerusalem in support of Israel

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